coisa alguma
amostras de gente, e esperançar-se que gente e os dias todos amostras de gente, se assim tiver de ser melhor coisa alguma que não se esperança amostras de gente por gente coisa alguma
que não há nas pontes e por isso tão bonitas, porque se sabe para o que se vai e esperança nenhuma. Mas da minha rua não se vêem as pontes, ainda que árvores e giestas ainda que tudo tão verde e cinza gente aqui e ali ainda que tão menos que verde e cinza amostras de gente
e na minha rua só eu sei que amostras de gente
há ruas mais pele que verde e cinza que tão cheias de sentir como pontes no meio de coisa alguma e logo tão todas as coisas, mas na minha rua um carro e só um, ruído algum uma subida só de um lado casas, do outro o verde árvores e giestas flores amarelas e brancas e barrocos e uma casa ali de alguém que já foi e outras aqui amostras de gente
e não consigo não me lembrar da minha rua, não esta que nem rua é
amostras de gente
mas aquela que escolhi eu escolhi não esta que tão calma verde e cinza que melhores em pontes de carris e não em ruas por isso na minha rua gente que não eu talvez eu amostra de gente
ainda que eu mais pele que verde e cinza uma casa ali de alguém que já foi
e eu já fui mais pele na minha rua que não esta por isso sei que gente em ruas e coisa alguma em pontes de carris que unem verde ao verde mesmo que nesta rua não se vejam as pontes tudo são pontes que atravessam coisa alguma que não a mim que escolhi a minha rua e agora esta.Na minha rua via-se gente, da minha janela de fronte para janelas outras com gente e eu ainda que parecesse sentar-me numa ponte via gente toda sorrisos toda amigos toda barulhos ainda que eu na ponte talvez eu
amostra de gente
preferia ver gente a ser gente mas na minha rua eu parecia ser gente e talvez eu gente.Na minha rua muitos carros silêncio algum à noite como dia, não como aqui, carros estacionados em fila sem espaço para mais algum parquímetros que contam o tempo a dinheiro e perto das pontes tudo livre sem dinheiros, na minha rua eu autocarros eu metro eu a pé à chuva ao sol autocarros não sítios números e eu apertada junto de gente contra gente de fronte a gente na minha rua eu mochila de comida pacotes de leite nos braços que fazem músculo e eu ossos, eu que gosto de ossos e nem me apercebi, agora carnes mochilas nenhumas comidas já preparadas, na minha rua mochilas pacotes de leite comidos sem mim e eu cigarros e ossos que nem me apercebi eu que gosto de ossos, a chinesa não como aqui telas e pincéis a chinesa frutas baratas a criarem-me músculo nos ossos pela subida da academia militar, militares à porta em sentido e eu mochilas pacotes de leite frutas comidas sem mim eu preto e plataformas militares a sorrirem aos meus ossos e se calhar a rirem que eu talvez
amostra de gente
confiante mais do que agora tinha-te a ti pensava que gente mas
amostra de gente
sozinha a criar músculo para me levantar a seguir, aqui em pé na minha rua em pé sempre em pé que os parquímetros contam o tempo a dinheiro.
Lembro-me de subir a minha rua num dia em que tinha visto gente sorrir para mim no metro a pedirem-me salva-te com os lábios e era gente gente verdadeira mas eu calçada acima já na rua dizem que portuguesa pedras encaixadas umas nas outras que deslizam da gente que as pule (aqui não gente logo tudo rugoso sem deslizes) e eu calçada portuguesa enfim a sorrir a ninguém ainda que
militares a sorrirem aos meus ossos
gente na minha rua ao lusco-fusco e tu no meio delas calçada abaixo mas
eu calçada acima
sem deslizares que tu não deslizes tu anjo arcanjo tu diabo calçada abaixo de braços abertos como quem me esmaga o sorriso de quem me pede salva-te tu calçada acima antes de mim tu mochilas pacotes de leite frutas comidas sem mim se não minhas tu músculos calçada acima a deslizares porque tu diabo ainda que eu a sorrir ainda que eu mochilas pacotes de leite frutas comidas por ti, tu calçada acima antes de mim a cruzares a minha rua e a seguires para outra onde a sorrir te encontras com carnes já que tu mochilas e eu mochilas e ossos mas tu calçada abaixo sem deslizares mas antes ainda rua acima e a outra não mochilas, carnes, na minha rua anda sobe, e não deixa estar, que a rua minha sabias que a rua minha? que eu a escolhi? por entre colchões no chão janelas que não de fronte a janelas com gente porque não janelas e quartos escuros colchões no chão e dormida com baratas e então a minha rua que eu escolhi e tu deslizes, anda sobe, porque tu amostra de gente a sujares a rua que eu escolhi a deixares ficar mochilas que não para mim e eu ossos e cigarros colchões não no chão mas eu tão no chão já que tu deslizes mas eu
calçada acima aqui em pé na minha rua em pé sempre em pé que os parquímetros contam o tempo a dinheiro
a sorrir a ninguém mesmo que tu deslizes.
Fez-me lembrar o Nandinho! :D Não pela forma que escreves, mas pelo paralelismo que fazes da tua rua e das restantes ruas.. É inevitável tentar imaginar todos os cenários que vais descrevendo e isso é uma óptima experiência. Obrigado por partilhares ;)
ResponderEliminarO Nandinho é o maior! E agora que publicaste aquele poema, fica muito mais claro o paralelismo entre os dois textos, também. É sempre bom receber os teus comentários tao atentos. Obrigada eu por leres : )
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